O primeiro ano foi definitivamente o pior. A sensação de abandono, de não ter nenhum amigo, de não ter família, de não ter ninguém pra conversar além do marido foi uma barra difícil de segurar. Foram noites e noites chorando no ombro de um companheiro que só me abraçava e me dizia que tudo ia ficar bem, ou que muitas vezes só me embalou e me deixou chorar até que eu dormisse. É impressionante a enormidade da saudade que sufoca o peito do expatriado. Só quem já viveu sabe.
O segundo ano foi melhor, comecei a trabalhar, conhecer mais gente, comecei a reconquistar uma liberdade desconhecida. Aquela que quando a gente trabalha esquece das saudades, dos queridos que estão distantes e na realidade começa a fazer planos, de comprar passagem pra matar a saudade. O problema com “voltar” é que tem sempre a despedida quando se tem que tomar o rumo inverso. Lembro como se fosse agora a dor que sentia, o aperto na garganta e as lágrimas teimosas que rolavam quando o avião decolou em Cumbica.
Quem disse que amizade não modifica as coisas? Amizade é tudo, a habilidade de fazer amigos e rir de bobagens e contar fofocas e dizer coisas sem sentido sem parecer estupida! Que bom que é ter amigos! O terceiro e quarto anos fora ótimos. Fui promovida, fiz amizades que vou levar no coração para sempre e fui e estou feliz! Não adianta ter só amor. Amor é imprescindível, claro, mas não é sufuciente. Tem que ter amigos, pra me fazer apreciar o amor, para eu entender que faz sentido minha família morar a milhares de kilômetros de distância. Que existe uma razão para cada coisinha que acontece.
O ano de 2005 foi fantastic! Voltamos do Brasil em Janeiro, fomos para Escócia em Junho e para Áustria em Novembro. Conhecemos novos lugares, tiramos literalmente mais de 1.000 fotos. Tenho fotos com amigas, com meu amor, no frio, no calor, tenho até fotos de gente que eu não conheço!
Se 2006 for tão bom quanto 2005, 2006 vai ser bom D E M A I S!
Feliz Natal para todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário