Retornando ao tópico "me chama de dona-de-casa que eu gosto", outro dia procurando no site da saraiva, fiquei abismada com a falta de livros de receita no Brasil!
Tem o livro do Mais Você, o Dona Benta (que existe há 10 mil anos), muitooooos de regimes e comidas diets, mas quase nenhum livro lindo de comer com os olhos. Tem as traduções dos livros do Jamie Oliver, que bless him, eu não compro nem em inglês, que dirá em português.
Por exemplo, não tem How to be a Domestic Goddess de Nigella traduzido pro português. Não tem nenhum livro do David Lebovitz, ou da Mary Berry.
Convenhamos, a cozinha ainda é tabu para as jovens brasileiras. Coisa de empregada. Mas aí é que mora o engano. Ter empregada não justifica a falta de vontade culinária que as pessoas tem (ou não).
A cozinha está na rota da necessidade. Os jovens entram lá pra fazer miojo e tomar refrigerante, no máximo pra fazer um sanduíche de frios. Claro tem também o lance de aptidão. Querer ser um bom cozinheiro não significa que se tenha talento para tanto.
Mas não estou falando de carreira ou profissão. Estou falando naquele momento em que quando criança a sua mãe deixava você raspar a tigela e comer a massa do bolo. Quando ela deixava você "ajudar". Pra mim, a cozinha é um lugar de boas memórias, de cheiro bom, de bolo assando, de conversa entre amigos e muito, mas muito amor.
O livro de receita é quase o diário desses momentos felizes. Eu estou tentando fazer o meu, e você?
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