quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

E lá vem mais mudança

Muitos anos se passaram desde o meu último post.

A vida continua e algumas coisas caem no esquecimento... Mas estou aqui para avisar que ainda vivo, trabalho, etc, mas a falta de tempo é uma coisa terrível!!!

Enfim, lá vem mais mudança na minha vida. Só queria compartilhar isso.

Aquele medo, aquela sensação de descontrole... tudo está de volta! Mas o que me anima é que tudo nessa vida é pra melhor. Tudo vale como experiência.

Não gostou, muda. Tá insatisfeito? Vai procurar o que te faz feliz!

É isso!

Estou mudando novamente!

Viva!


quarta-feira, 31 de julho de 2013

Mudança é coisa boa

Acredito que toda mudança que acontece na minha vida tem sua razão de ser. Aprendizado, crescimento, amadurecimento, aceitação, obstinação, tudo isso pode acontecer por causa das mudanças que ocorrem durante as nossas vidas. Muitas vezes eu não enxergo claramente o motivo por trás de certos episódios da vida, mas se a grande pergunta da nossa existência é "Qual o sentido da vida?", sinto informar, mas de acordo com a minha existência, não há mistério. A vida é isso. Sou eu e você, indo trabalhar todo dia, voltando pra casa, jantando, assistindo TV, fazendo o que der pra ser uma pessoa boa, para que nossos pais e nossas famílias possam ter orgulho das nossas conquistas - independente do tamanho e da importância delas para outros.

A rotina da vida é balanceada com essas mudanças bruscas, que vem como um terremoto, pra chacoalhar tudo, botar medo e parar - do mesmo modo como veio ela vai embora, tudo fica no mais completo silêncio. O terremoto continua dentro das pessoas, porque mudança faz a gente mudar junto. Às vezes pra melhor, muitas vezes não.

Por algum tempo eu tenho me sentido no meio do furacão, que nem Dorothy no mágico de Oz. Tudo à minha volta está mudando - e eu ainda não sei se pra melhor. O tempo há de me mostrar, mas a mente não para e os medos afloram. Fico irritada porque fiquei medrosa assim, de repente. A aventureira que existia em mim continua aqui, mas acho que está sendo esmagada por essa nova pessoa que é cautelosa, que mede os riscos, que pensa - e muito - no que pode dar errado. Eu não gosto dela. Mas não sei como mandá-la embora.

O grande barato que eu sentia anos atrás de viver mudando de lugar, de rotina, de ares, parece que ficou no passado. Continuo querendo arriscar, mesmo que mais cautelosamente, mais calculadamente. Mas tem situações que não dá pra prever. É deixar as fichas caírem onde tiverem que cair.

A vida nunca me desapontou, quem se desaponta sou eu mesma por várias razões, das mais bobas até das mais complexas. A vida nunca me deixou na mão.  Colocou pedras e provações para eu poder sair mais forte.

Mas não sou. Pode parecer, mas à noite, quando sou só eu e meus fantasmas, meus medos, minhas incertezas, tudo desaba, como se o furacão estivesse rodando, só que dentro de mim.

Eu não tenho controle de nada. Eu tenho medo. Mas a mudança, a renovação eu quero sim, quero girar com o furacão e sentir a euforia de estar mais que viva - a certeza de que tudo na vida vale a pena.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dica para Londres

Sábado fui com uma amiga para Londres em mais uma aventura gastronômica. Fomos tomar café da manhã no The Delaunay. Achei o lugar por acaso, procurando por um lugar para um - terrivelmente civilizado - chá da tarde, como o que tivemos no Langham e acabei achando esse charmosíssimo café em Covent Garden. Depois de babar nos muitos menus do restaurante, resolvemos ir para o café da manhã, pra ser diferente e também porque os pratos pareciam divinos.

Ó céus, como acertamos em cheio. Tudo estava ma-ra-vi-lho-so. O lugar é uma delícia pra sentar, colocar a conversa em dia e comer muito bem. Vi várias pessoas sentadas sozinhas também, lendo seu jornal, comendo grapefruit seguido por muitos eggs benedict e arlington.

Eu comecei o dia tomando Wiener Kaffee, café expresso duplo com chantili  ou café vienense; minha amiga não muito chegada no café ou chá, pediu um chá verde. Depois de muito ler e decidir e voltar atrás e decidir novamente, optamos por experimentar um Egg Arlington, que é um muffin torrado, com salmão defumado, um ovo poche e creme hollandaise por cima. Posso dizer que ficamos as duas apaixonadas pelo prato lindo e pelo sabor divino da combinação.



Então partimos para o prato principal: eu com meus waffles e bacon, ela com kedgeree. Meus waffles (2) estavam absolutamente divinos, levinhos, fofinhos e crocantes ao mesmo tempo. A quantidade de bacon que veio foi comparada ao monte Everest. Tudo regado a muito maple syrup - que veio separado. O kedgeree é um prato de arroz que leva molho curry e usa peixe defumado e é servido com um ovo poche em cima. Uma combinação muito diferente que fica muito boa, e sim, é um prato de café da manhã. Ele estava com uma fragrância deliciosa, e ao provar, fiquei impressionada como o aroma era delicado. Daí veio o sabor do curry para arrematar corações.


 Waffles com bacon e maple syrup  
Kedgeree

O serviço também é ótimo, os garçons estão sempre atentos, mas nunca em cima da mesa o tempo todo. O único ponto negativo foram as mulheres da recepção, elas poderiam trabalhar em casa funerária, onde fariam muito sucesso. Mas isso não é motivo para não ir conhecer. Então na sua próxima visita à Londres, já sabe, café da manhã no Delaunay!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Juntos, até que a necessidade nos separe.

Estou fazendo uma mega limpeza em casa. Em cada cômodo estou passando um pente finíssimo e separando tudo aquilo que eu não uso, não quero, tá quebrado, tá feio, enjoei. Também estou triturando papelada que não preciso desde o mês passado: já foram 5 sacos de 100 litros. Pense no estado dessa humilde residência. O pó e a bagunça agora reinam.


Mas, se fosse só pó e bagunça dava para tolerar, passa-se um pano e esconde-se a bagunça. A grande sina de "spring cleaning" é se livrar das tranqueiras que agora estão espalhadas pela casa toda. Geralmente doamos roupas, sapatos etc para alguma instituição de caridade, mas temos que fazer uma viagem especialmente para levar tudo.

Se tiverem móveis, eletrodomésticos, coisas de decoração, uma boa ideia é o freecycle, ou se quiser fazer um dinheirinho, o site preloved tem espaço para anúncio de tudo. Outro lugar é o que se chama de "tip" aqui. Para todos os seus móveis quebrados, coisas sem pé nem cabeça, todo tipo de inutilidade que ninguém quer, todo council tem: Household Recycling Centres também conhecido como Council Tips, ou tip para os íntimos. Lá eles aceitam quase tudo, de geladeira até sapato.

Mas voltando ao assunto, como é difícil decidir o que deve ir e o que não... Nós somos naturalmente acumuladores de todo tipo de bugiganga, eu particularmente sou geneticamente predisposta a acumular coisas (gene que ganhei da minha mãe!!). Então imagine a minha luta contra este instinto de preservar e guardar tudo... um dia vai ser útil.... e esse dia nunca vem!

Dessa vez eu estou sendo especialmente cruel pois tenho muita coisa na casa e preciso fazer esse "rapa"! Melhor eu voltar ao trabalho porque hoje é dia da cozinha, e lá eu sofro muito mais...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Piada sem graça


A morte, por si só, é uma piada pronta.
Morrer é ridículo.
Você combinou de jantar com o namorado,  está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Como assim?

E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta idéia: MORRER!!!

A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na estrada, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinquente que gostou do seu tênis.

Qual é?
Morrer é um chiste.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.
Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas.
Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas,  a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.

Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer.
Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã.
Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz.

Mas antes de viver tudo? Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero.  E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.